Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração...
Eu devia ter uns dez anos de idade quando ouvi esses versos pela primeira vez.
Confesso que achei muito chato, até porque as circunstancias foram desfavoráveis.
Tinha sido obrigado por minha mãe a freqüentar a escola de música da Casa de Cultura da cidade. Significava que daquele momento em diante, minhas antes, tranqüilas manhãs na frente da TV tinham chegado ao fim.
Lá na Casa de Cultura eu tinha aulas de canto em coral e flauta doce. E não é que depois de algumas semanas eu já estava gostando do lance!
Em umas dessas aulas de canto, nossa tarefa do dia seria cantar esta música.
Hoje admito que a música realmente tem uma letra muito bonita, me faz lembrar dos grandes amigos que tive durante minha nada mole vida.
O primeiro de que me lembro devia se chamar Marcone – se bem me lembro.
Estávamos na quarta séria, e no fim do primeiro dia de aula ele me convidou pra ir até sua casa assistir desenho animado. Ganhou meu coração!
Na quinta série foi o Éder, e esse era dos bons. Fazíamos ótimos programas juntos.
Com ele aprendi a freqüentar fliperamas – a gente chamava pelo diminutivo: Flip.
E a mãe dele era demais, comíamos manga com sal junto com ela.
Na oitava série tinha o Alex, Alexksey, e Thaylor. Essa foi a pior fase, éramos adolescentes, portanto, causadores de problemas. Eu mesmo já fui parar na secretaria da escola por ter posto chiclete na cadeira de outro aluno – eu era mau?
No ensino médio as coisas melhoraram, comecei a fazer amizades que já se importavam um pouco mais com o futuro. Nessa época arranjei dois grandes amigos: Evandro e Mahatma – nome legal né?
O Evandro era aparentemente um nerd, já que usava óculos e era bem magrinho. Por outro lado, era muito bacana. Com ele aprendi física, química, a fórmula de acentuação gráfica e pilotar moto.
Sem contar que vivi aventuras inimagináveis também. A melhor de todas foi um show do Amado Batista.- ele era muito fã, não me pergunte por quê.
Lembro das “Tias” pirando ao som do cantor, tentando subir no palco, sem contar que eu não conseguia dar cinco passos sem que alguma “tia” mais animada me arrebatasse para dançar, foi hilário.
Já Mahatma era o amigo bonitão. Tinha a maior boa pinta e sabia disso, todas as meninas da escola lhe davam bola, e ele tirava muito bom proveito disso – mas só tínhamos dezesseis anos, éramos imaturos mesmo.
Depois vieram o Hudson, Felipe e Tony. Com esses, eu virava a madrugada tocando rock na banda que tinham montado- iuuhhuuuuu lol.
Olho pra trás e vejo o quanto essas pessoas me fizeram crescer.
O quanto sou um homem melhor por ter conhecido cada um deles.
Eles abriram suas casas e corações pra mim, me contaram coisas íntimas e vice-versa.
Com eles chorei, sorri, cantei, tomei chuva, tomei café, tomei coca cola.
Aprendi a curar ressacas de amor com piadas sobre os vários tipos de trouxas existentes.
Aprendi a ser firme em minhas decisões (Gabriel), a perdoar (Hudson), a considerar outros pontos de vista (Larissa), a ser malandro (Tafarel), a ser assertivo (Aline).
Se um grande homem é soma daqueles que o cercam, eu sou abençoado. Porque reconheço que estou cercado dos melhores amigos do mundo.
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