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O TWITER DE UM HOMEM

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O MITO DAS BICICLETAS

Um dia desses vi algo quase surreal. Um jovem casal passeando de bicicleta - em uma só, diga-se de passagem - numa noite de sábado. Eu não sei você, mas as gatinhas nunca me deram moral na minha "fase ciclista". Quando eu era criança havia um clima diferente em relação à bicicleta.

Quando foi a ultima vez que você viu um comercial de bicicleta na TV? Talvez no dia das crianças, em um canal infantil, provavelmente do Ben 10.
Pois bem, da década de 70 até a de 90 o quadro era bem diferente. Bicicletas eram anunciadas em horário nobre, e por atores globais que escancaravam seu desejo por uma simples bike. Louco, não?

Quantas vezes vi casais de “crentes” indo pra casa no fim da noite de domingo, grudadinhos e de bike.
Quantas vezes meu Pai me levou pra escola em sua bicicleta velha. A mesma em que eu pedalava 12 km nos fins de semana com os amigos, apenas pela aventura de estarmos juntos.
Foi de bike que levei a primeira loura pra casa - a dela... Foi só carona, mas valeu.
Não se andava de bike por ostentação ou opulência.
Ninguém levava fora por estar ou não de bicicleta.
Eu me sentia "o cara" por descer uma ladeira sem usar as mãos no guidão - adorava fazer isso na frente da casa da vizinha por quem tinha uma queda, era meu charme.

Hoje as bikes parecem ter sido lançadas no buraco negro da vergonha. Mesmo com toda essa vibe ambientalista que nos cerca, não ouço falar de ninguém que saiu pra curtir a night tendo como meio de transporte uma bicicleta.
A bike que antes já foi sinônimo de alegria, aventura ou simplesmente meio de transporte, hoje não passa de um atestado de "Loser".

As motos, primas motorizadas do velho camelo tomaram conta do mercado, com a proposta de tornar seus usuários melhores no ranking do acasalamento. Afinal, segundo meu sábio amigo Michel, o cara sem moto pelo menos, é primo em terceiro grau de um cachorro.
Dizem que Adão e Eva perderam a inocência ao comer do fruto do pecado.
No nosso caso, acho que foi quando deixamos de andar de bicicleta.



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